Dia trinta e um de abril

Ela me excita, me tira do sério

Essa menina já não tem mais critério.

Ela me atiça e compartilha o fogo que ela tem

Mal ela sabe que eu também já tinha fogo, mas tudo bem.

Ela me chama, me deixa na vontade, me deixa no recanto dessa letra...

Pura maldade.

Voz tão sensual, longe de ser ruído

Mas fica bem mais sensual perto do meu ouvido.

Lábio misterioso, esbanja devassidade

E eu aqui, esbanjando vontade por toda a cidade.

Toda a cidade já percebeu

Exceto ela, ou se finge de ingênua pra me fazer plebeu.

Sinto sua temperatura... tão confortável

Sinto sua alma de longe... tão indomável

Sinto tudo, menos essa moça... tão vulnerável

Sinto por partes, e isso não me torna mais saudável.

Vejo sua pele, ouço seu suspiro, vejo e revejo tantas vezes, e piro.

Vejo sua falta de me ter como seu cerne tão viril

E me esqueço dela em todo dia trinta e um de abril.