MACULADA...

No pequeno estabelecimento do senhor Manuel

cujos instrumentos de trabalho eram a navalha e o pincel;

trabalhava sua filha Marlene, moça decente e pura...

O senhor Manuel trabalhava com capricho e muito zelo;

dos homens cortava o cabelo;

Marlene, era a manicura...

Das virtudes da filha, ele não tinha suspeita;

pois não havia moça mais bem comportada e “direita”,

por aquela redondeza...“Tocada” por homem algum...

Porém, sua imagem tornava minhas vistas turvas;

que protuberâncias...Que curvas

a endoidar qualquer um!...

Ah!...como eu sonhava com aquela manicura;

moça tão inocente e pura...

No sonho (meu Deus) eu estava prestes

a manchar a pureza daquela moça nada boba,

porém, que eu acariciava com a minha mão-boba,

por debaixo das suas vestes!...

Porém, acreditem ou não, vocês,

um dia, chegou minha vez:

despertaram-se em Marlene, do amor os instintos...

Disse-me: -Vem que eu já percebi há alguns dias

o quanto que tu me despias

com estes teus olhos famintos!...

O senhor Manuel, no entanto

flagrou-nos naquele momento profano e santo;

eu vi na minha frente a morte...

Porém daquele desespero, de repente mudou o cenário

quando me disse que eu teria que diante de um vigário,

casar-me...Meu Deus...Que sorte!...

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 01/12/2014
Código do texto: T5055601
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