MULHER
(Sócrates Di Lima)
Mulher...
fecho os olhos e vou te ver...
Ai, bem distante,
entre desejos de bem querer,
Faz-te mutante.
Mulher...
Faz-se ausente dos teus ais,
e nas entrelinhas da vida,
pensa em mim em seus quintais,
de serena saudade nunca esquecida.
Mulher..
Em teu corpo sereniza minhas vontades
'Volúpias que nunca se perdem nos vazios,
atravessam os tempos mesmo em saudades,
Do que nunca tive em calafrios.
Mulher...
Entre versos de fantasias,
Sinto tua boca ressacada,
Em beijos envoltos em poesias,
Num principio de madrugada.
Mulher...
Na imaginaçao solvo tuas querências,
palavras que fazem o corpo em ardor,
Sob todas as influências,
Ligadas num querer sem amor.
Mulher...
E quando deixo tuas palavras entrarem em mim,
como o eu entrando em ti pelas inquietas entranhas,
Faz-me delirante e nunca pôe fim,
Às vontades inebriantes de tais façanhas.
Mulher..
E cubro teu corpo em véus de organdi rosas,
transparente até na alma nua,
busco-te ao longe em mãos fogosas,
Fazendo delirar o corpo e a alma tua.
Mulher....Ah! Mulher...!
Na cor pele de tarde serena....
saio de mim, numa viagem louca e profana,
E deita-me em êxtase nessa tua carne morena,
Para que possamos nos amar de forma tão insana.