QUANDO USAS POUCOS PANOS

Quando usas poucos panos,

Cobrindo as tuas intimidades,

Já sei que sou teu convidado,

Pra desbravar-lhe os segredos,

Trazes da infância alguns medos,

De quem não te soubera amar,

E de tanto tentando te estuprar,

Abriu em ti tantas feridas.

Que agora no meio desta vida,

Ainda estão a cicatrizar,

Mas comigo é fato tens o mando,

Me dizes como e quando quer amar,

Teu farto corpo de mulher,

Embevece aos meus sentidos,

Pra ser mulher e marido,

Demoramos um tempão,

Deixando a compreensão,

Destas lembranças ruins.

Que trazes lá do passado,

Onde o amor mal versado,

Quase decreta o teu fim.

Retiras da face o medo,

Bota um brilho no olhar,

E agora vamos caminhar,

E desvendar os nossos segredos,

Nada tenho a esconder-te,

Mas podes questionar-me,

Se te sentes insegura,

Te prometo ó criatura,

Tudo ah de elucidar-se,

Vou a ti observando,

Como te jogas no amor,

Buscando suplantar a dor,

De um tempo vil e cruel,

Não posso prometer-te o céu,

Mas te garanto o meu amor.

LUSO POEMAS, 12/02/15