Algoz
As trevas escuras e os olhos chorosos.
O medo verdadeiro; sorrisos duvidosos.
Os mitos constantes; sonhos e pesadelos.
Os beijos insípidos não contem mais apelos.
As carícias, sem sentidos; os toques opacos.
Os passos incertos; Os pés sem sapatos!
O grito sem voz, já não sai da garganta,
O corpo sem sexo não atrai, só espanta.
Mas a boca macia e vermelha que chama,
É chama do pecado que mata na cama.
O toque no ventre refaz o momento
O beijo, antes frio, conduz sentimento.
E o orgulho teimoso teima em não querer,
O homem não é cego, mas finge não vê.
Ele avança, domina e possui com carinho.
Ele dorme, acorda e se percebe sozinho.
É um homem; um bicho; animal feroz!
Vive na solidão sua perfeita algoz!
Reprime seus medos de intensa amplidão:
Machuca-se, maltrata-se e se acaba na mão!
Talvanis Henrique
Carmópolis-SE, 03/03/15 – 22:12