Esvaí-me em esperma

Derramei seiva por aí

Escorri esperma pelas unhas

Pelos olhos, ouvidos e pelos

Fiquei grudento e pegajoso

Escorreguei no rio de gala

Sujei tudo, melei, lambuzei

Senti o cheiro almiscarado

Cabelos grudados

Derramei, sim, esperma

pelas pernas, orelhas,

vomitei esperma

mijei esperma

falei esperma

espalhei sementes

criei gente nojenta

enchi o mundo

com um povo imundo

fiz pessoas aos montes

desapareci na poeira da vida

e sequei a fonte

Salvador, 10 de março de 2015

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 24/03/2015
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