Bukowskiano
Ela é a minha cinderela.
Estrela imune dos incestos na favela
Perdeu seu sapato no bocejo da lua,
Enquanto seu desejo eletrizava minhas artérias nas ruas
De porre, no agônico horizonte que o meteoro percorre,
Tropeçando nos amores cujo pescoço na corda,
Acordou minha bad trip com um arroto calhorda.
Nos seus olhos eu vi a luz para nosso caminho,
Descansando a minha cabeça no seu colo,
Senti que não estava mais sozinho.
Reproduzindo suas lágrimas em solos
de guitarras dementes,
Alucinando o louco ir e vir dos poentes.
Nossos sangues fundidos em um arco-íris doloridos,
Nossos passos no destino um do outro perdidos,
Quando nos consumíamos de amor nas paredes,
Com uma fome que não cabia nem nas camas,
Nem no pelourinho, das chicotadas nas mucamas.
Nem no nosso frenético vai e vem nas redes.
Barthes