BÚSSULA
Minhas mãos a deriva
densas de urgência
acariciam teu corpo
como se estivesse
despindo a alma.
Tua coxa macia
como uma respiração calma
exala o aroma de pólen.
O ventre fértil de fábulas
se contrai com a pressão dos lábios
e se arrepia ao pressentir o toque
que vai abrir as compotas
da umidade ocasional.
Entre a borda e o abismo
trilho por esses caminhos de vertigem
onde desaguo minha fome
e placentas de abandono.