Proibido a libido

O calor, a chama

Se proibido, queima por dentro, derrama,

Gemidos na cama, na grama

Em uivos pra lua ou pra terra,

Em lagos, no sereno, no meio das festas,

Mais perto do céu, que sempre abraça,

O toque sem surpresa, e ainda gostoso,

Nada melhor que o toque d'outro,

Dedos pomposos, à caça,

Calafrios e cócegas, falam,

Um convite de deuses, banquetes,

Em bocas, línguas,

Boquetes, em jarros,

Nos detalhes das mãos, no encontro dos corpos,

Na exploração que não oprime,

No amor, na linguagem sem verbos, só ação que exprime,

Na empatia dos trapos de alma,

Nostalgias, risos, goles, nada importa,

Se o presente é um presente,

A única fé,

Quer proibir a libido, quer proibir a vida,

Nos desejos, nos gozos,

Na energia que se perde,

E na recarga sua a pele,

É proibido proibir,

Se entrega, e nas sensações,

Tateiam aos risos,

Ao toque, no roçar, é proibido não sentir