INOCÊNCIA SQN


2Q==

Precisando de sossêgo e paz
No interior eu fui me esconder
Água cristalina e mato, que bem faz
Nem imaginava o que iria acontecer

No sítio em que me hospedei
O ambiente era simples e familiar
Os donos eram simpáticos, logo adorei
A filha deles é que tinha, um quê peculiar
Os olhos de mel eram tão felinos, quase arfei

Os dias passavam em clima bem sereno
Dava mergulhos e fazia boas caminhadas
O ar fresco e o Sol brilhando com calor ameno
Só à noite me apresentava, certas ciladas

Como insone que sou, tarde dormia
E a moça me vigiava pela janela de seu quarto
Ela só intensamente me olhava, mas, nada dizia
Sou homem, mas, o silente assédio, doía tal parto
Mexia comigo, não sabia a que ponto isso chegaria

Só eu e um casal de hóspedes na casa
Os pais da moça passaram uma noite fora
Aí a imaginação e o desejo criou asa
A moça era brejeira, linda e do tipo que ainda cora

A noite já ia bem alta e meu sono não chegava
Na fresta da janela do quarto dela, olhos  cor de mel
Resolvi encarar já me ardendo, acho que até suava
De repente a moça me chama com a voz doce de mel
Na porta do seu quarto, precisava me controlar, pensava

Aquela moça tímida, com vestido de chita florido 
Me pegou pela mão, me fez entrar, devagar
Fechou a porta acendendo em nós, a febre da libido
Muita surpresa, o que aconteceu foi de encantar

O foco do ardor levantou, com a falsa inocência
Por debaixo daquele simples vestido de flor
Cobrindo um corpo perteito e longe da decência
Uma lingerie sensual e delicada, Ui! Um furor!

Ela parecia realmente, querer me punir
Pois se despia leeeeentamente...Céus!
Já não suportava a visão do desejo a me ferir
Implorava... por favor...Se livre logo dos véus!
Veio, mansa e lenta como gata e fez minha defesa ruir

Nem sei quanto tempo durou,  ali o céu estava
Aquele demônio anjo, me sucumbiu
Foram tantas entradas e saídas, eu suspirava
Eu já quase desmaiava, quando ela enfim, dormiu

Que loucura, que maremoto e tempestade
Nunca em minha vida, vivi algo assim
Acordei em minha cama...será que foi de verdade?
Tomei um banho longo e frio, para voltar a mim
No café, o olhar de mel  me deu maçã, só a metade...

Não conseguia disfarçar, resolvi ir para a cachoeira
Quando a água fria me cobriu fiquei até feliz
Então, surgiu ao meu lado, com maçã na boca faceira
O anjo/demo e minhas reservas se foram, num triz

Aquelas águas calmas, turbulentas ficaram rapaz!
Testemunhas de nossa intensa sofreguidão
Fui buscar naquele recanto, tranquilidade e paz
Encontrei deliciosa loucura, vagas, ondas, turbilhão
E agora José,  de voltar para a cidade serei capaz?




*SQN - só que não
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 18/03/2018
Reeditado em 18/03/2018
Código do texto: T6283358
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