Gotas de chuvas

Já se vai o dia, meio da semana

Ela ainda está na cama

Pervertida para outros olhares

Mas encantadoramente sarcástica para outras mentes

Ela bate a porta e deixa que o ar escureça

E silencia as paredes, na verde cor de sua cortina

E um vão na fechadura mexe com a imaginação alheia

Dessa tão desdenhosa mulher, que sorrir com a inocência de uma menina.

Ela entregou seu destino e todos os seus desatinos

Nas mãos de um menino

Deixou à vista suas carências e suas urgências

Atirando-se em águas enrudecidas do seu mar

Lá fora, o mundo em água se afogava

E exausta procurou o menino do seu desvairar

Enquanto admirava as gotas de chuva

Que caiam doidamente no vidro da sua janela

Ela teve saudade da flor que havia nela

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 06/02/2019
Reeditado em 06/02/2019
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