Do sexo e do amor...

Do sexo e do amor...

Deitamo-nos.

Seu perfume

vinha das estrelas ansiosas por amar.

Beijei-a lentamente.

Os ares se desenvolveram como no Bolero de Ravel:

tempo longo de amor,

força crescente dos desejos.

Ainda sem medo.

Vi quando atravessou a rua com seu travesseiro à mão.

Vinha para meus braços ser amada.

E por fim, na penumbra de um quarto amplo,

abri as cortinas para ver, no céu, as outras

e agradecer o aconchego perfumado

do seu cio melodioso.

Fiz o melhor amor do mundo.

Ah! Edredom cheio das coisas do espírito,

abraços efusivos,

gemidos nem tão baixos.

Era madrugada quando acordamos.

De cada lado da cama um desejo parecido,

uma vontade atrevida de recomeçar....

Coisas do destino!

Quando tudo recomeçou, era já dia

e outra alegria diferente me lembrou as estrelas

que, firmes no céu, era o firmamento

onde tudo de nós deixava os sentimentos

com a promessa de outro encontro em dia nem tão tardio.

Todas as noites aprendo com os desejos

o que os dias me falam sobre o amor,

e entre sorrisos e dor,

vale à pena esperar os puros orgasmos.

Poema inédito (07/02/2019)

Paulino Vergetti