SOMMELIER
Meu sommelier degusta-me
Sinta a borda de meus lábios
Com sabor de uvas, prova-me
Nesta taça transbordante
Colha o néctar do amor
Assim como as abelhas
Amor das quatro estações
Amor de todas as safras
Meus braços serão ramas
Entrelaçadas em seu corpo
Tronco formoso, másculo
Enraizado nessa terra viril
Colha-me cachos, bagos
Coloque-me em seu tonel
Para pisotear, apalpar, amassar
Sentindo-me em sua pele
Ao extrair esse liquido, inebriante
No ar sentiras o precioso aroma
Á fragrância exalando pelo ar
Esmago, paixão, beijos, caricias
Vinhedo plantado por nós
Assim como em “Vinhas da Ira
Superaremos as intempéries
Da vida, dos outros, do destino
Guarda-me em sua adega
Deixa-me fermentar
Até que esteja pronta
A degustar-me embriagar-se
saboreando lentamente
O liquido estimulante
Beba todos os dias
A qualquer hora
Em qualquer lugar
Na adega, vinhas, sede ADELE PEREIRA
Caminhos, Campos 24/11/18
Na vida