Azul
O azul primeiro estava no outro
Um orifício para cada braço
Um que separava pernas e tronco
Um que contornava seu pescoço
Foi por esse que tirei o azul dele
E o deixei cair aleatoriamente no chão do quarto
Depois o azul se fez meu
Primeiro pescoço, depois braços, enfim tronco
Desliza o tecido que mais cedo fora seu
No meu corpo suado, ofegante e rouco