Famintos
Como haveria de negar-te
qualquer coisa que me peças
mesmo que não me digas?
Se suspiro com tua arte,
o que chamas de rabiscos...
Não sabes como fico
quando te leio e releio...
Não entendo teu disfarce
Tuas duas almas em conflito
Uma é brisa de sussurro
Outra é ventania de grito
Pareces faminto de corpo
Como pareces faminto de alma
Às vezes ages com calma
Outras pareces aflito...
Nas poesias derramas afeto
de menino sem malícia
Mas eis que surge um homem
que anseia por carícias...
Um prefere o doce do mel
derramado em meus versos
O outro prefere a outra
que escreve sobre sexo...
Não sei qual das duas sou eu
Não sei qual dos dois és tu
Mistura de rosa e azul
Por ora, sou tua, és meu!