Poema - Pan part 3

Poema - Pan part 3

Era uma segunda feira

Diferente de todas as outras

As garrafas espalhadas pelo quarto

A cocaína no seu lado da cama

E os seus gemidos vindo do banheiro

Ela se masturbava

Deitada no chão molhado

Com os olhos fechados se contorcendo como uma ninfa

Ao perceber a minha presença

Virou-se de bruços

Com quatro dedos na sua buceta

Implorando para que eu masturba-se o seu rabo

O Crucifixo na parede

Servia como um objeto de profanação divina

E com ele a masturbei

Até que cristo se transforma-se no próprio Diabo

Tomado pelo tesão a puxei pelo cabelo

A arremessei na cama como uma boneca sem vida

Ela chupava o crucifixo

E arranhava os seus seios

Até o sangue manchar suas unhas

O LSD nas nossas línguas

Fez do nosso beijo

Uma cerimonia entre padres e prostitutas

As paredes refletiam os seus gemidos

E o barulho do meu pau a fodendo

Em meio ao vômito

Eram como as sinfonias de Beethoven

Éramos como o veneno de cobras

Criadas em matadouro

Sabíamos que em algum momento

Iriamos matar um ao outro

Mas era esta a única perseverança

Que nos mantinha vivos

Ah conheci em uma ala psiquiátrica

Dois meses após o meu ultimo noivado

Ela foi trancafiada por matar o próprio pai

A pauladas na cabeça enquanto ele a estuprava

Ela ia ao psiquiatra só para roubar o dinheiro do velho

E alimentar seu vicio por cocaína

Na primeira vez que a encontrei

Foi em uma destas terapias em grupo

Nossos olhos cruzaram-se uma única vez

Mas sabíamos que a partir daquele momento

Estaríamos para sempre conectados

Nunca prometemos amor eterno

Sequer acreditávamos que seriamos capaz

De amar um ao outro

O que nos uniu foi a loucura e o tesão

E esta intrínseca vontade de acabar com as nossas vidas

A primeira vez que a fodi

Foi em meio ao mijo presa em uma camisa de força

Em um quarto branco repleto de arranhões na parede

Na manhã seguinte a vadia estava com os pés

Na minha garganta se masturbando

Enquanto eu me debatia próximo a morte

Ela dizia;

Que a ideia de que poderia me matar em qualquer momento

Era o que mais a atraia

A grande ironia

É que a possibilidade de acordar com uma faca

Na minha garganta

Era exatamente o que me fazia ama-la

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 31/08/2020
Código do texto: T7051170
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