Um beijo, um sonho

Em meio aos sonhos envoltos pelas cortinas mais tênues

Os meus lábios trêmulos pelo frio da madrugada

Despidos e proferidos pelo mais humilde dos pecados

Como a fatia de uma fruta rara

Marcante e avassaladora

Que provoca a boca e tira a roupa...

Como uma valsa dos fantasmas apaixonados

Eu solto o corpo por debaixo do véu

Despindo a alma florida que me tens

É um sonho que rasga a ignorância e o desprezo

Por quem um dia jurou nunca mais se apaixonar

É um beijo feito pitaya madura

Mas que eu ainda tenho medo de um dia voltar a amar

Mesmo eu querendo rimar esses versos

Eu queria mesmo é que fosse eterno

Aquele beijo loiro feito leão que devora

Como um banquete ao conquistar a vitória

Seus olhos como um pedaço do céu

Capaz de me levar ao inferno

Se eu não tenho o escândalo do seu beijo

És um soco no estômago da Poesia

Acordando as borboletas que em mim habita