POEMA BREVE PARA UMA LINDA ALMA MALDITA

São sórdidos, sujos, e irremediáveis

O ser, seus mistérios, suas vísceras

É patológico, intencional e mascarado

Tudo aquilo que pulsa, que motiva, que impele

Rumo ao sussurro, ao prazer febril, barato e fútil

O mundo e os seres estão de pernas pro ar

Feito buracos negros que a tudo e todos atraem

Para o enigma, o quarto e o tempo-espaço escuros

Não há absurdos em suas cabeças

Enlouquecidamente se movem

Produzem e usufruem do fluido

Que conecta a energia entre os malditos

Que mescla, que apressa, que faz do instante

A única parte, de fato, interessante

Do tempo, que pega a semente dos dementes

E as rega, faz crescer, reverdecer, vicejar, parir

Para depois, encontrar os endereços das almas

E, quando menos se espera

O tempo entrega a fatura

Corrigida, calculada, maturada, misturada

No óleo do prazer, do ópio e, por fim, do ódio