Imaginação

Esses seus labios corpuosos

que me derretem os beijos imaginários

como torrões de açúcar em cascata sob o pescoço

Então arrebenta as pérolas floridas que em mim balança

Balbuciando uma nova canção

Ali seus olhos como de um gavião

penetra minha íris num perturbante devaneio

e eu perco o jeito

Minhas mãos em suas mãos

caladas e anestesiadas pelo apogeu do seu amor

Que me toca e me lapida num diamante raro

Um brilho que não foi profanado

mas sim desfrutado, aclamado e deleitado pelos labios do seu amado...

Oh sim tu escondes uma flor vermelha

que se despedaça por detrás das costas

e és minha flora

Um verso que se foi e se perdeu na memória

quando me beijava antes de ser escrito

Ao mesmo tempo o fascínio

Deixando de ser permanente na lua

Se debruça pela mão dos fantasmas

que ao ver a cena esculpi a minha imaginação