DESEJOS

De nós os dissabores

da necessidade do outro.

Apreciação espontânea

que se inicia e logo morre.

Dos outros, o despudor,

de querer por querer

sem o mínimo

de seletividade emocional.

Ora, amar seria

mordiscar o fruto,

a carne macia,

e provar

do caldo adocicado:

loucura perspicaz

de quem ama loucamente.

Seria querer, acima de tudo,

banhar-se com a nódoa

peculiar alheia,

gota a gota.

No fim de tudo,

sejamos natural performance,

representações do meio

descobertas na intimidade.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 11/06/2021
Código do texto: T7276815
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