Furor

Vicia-me o que não tenho;

O que, fundo de iceberg,

Lateja latente.

Vicia-me o que me falta;

Aquilo que, em doses altas,

Chamam de doente.

E vejo, invejando a outros,

O que de mim foge,

Sem que possa alcançá-lo.

Da janela de minha bolha,

Observo, na encolha,

O que por tanto tempo calo.

Vicia-me o necessário;

Que de tão pouco ter,

Pulsa persistente.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 04/08/2021
Código do texto: T7313761
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.