VOIR DE POESIA - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros Rio de

VOIR DE POESIA - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros

A poesia fez amor no meu caderno

e eu, voir de cada verso passional,

nem percebi, naquele terno... vendaval,

o frenesi... de um conteúdo tão... moderno.

Se a caneta lhe roçava a epiderme,

Ela fazia do silêncio, algum gemido,

e eu, ali, mirando a cena, distraído,

Tentei, apenas, concentrar-me em Júlio Verne...

... Robinson Crusoe, Cervantes ou... Carlitos...

ouvindo gritos sinestésicos ao ler,

Cada palavra pornofônica... a dizer

que eu sou um louco ouvindo sons bem mais... aflitos.

Quis rasurar aquelas cenas tão... picantes...

e as redondilhas, entretanto, repetiam,

na linha abaixo, versos tão insinuantes

que, a cada instante, meus silêncios distraíam.

Olhando as crias de um enlevo colorido,

abstraindo-me com a sensualidade,

de cada verso, me senti tão distraído que pus a dor e a solidão em liberdade.

Às 11h e 26min do dia 35 de setembro de 2021 do Rio de Janeiro, Brasil. Publicado e registrado no Recanto das Letras.