Adormecidos

A luz do quarto, não mais acesa

Amassado na cama, o lençol morno.

O brilho da lua lá fora festeja,

Os corpos esguios e seus contornos.

Brisa suave adentrando a janela,

Refrescando o suor que na pele escorre.

Frívolas no vaso as flores amarelas,

E a tua boca que a minha socorre.

Olhares nítidos do doce desejo.

Cheiros se fundem soltos na noite,

Entre carícias e vigorosos beijos,

Em ardente castigo feito açoite.

Lábios se buscam incessantemente.

Corpos se atraem feito chuva ao chão.

Peles colam e descolam freneticamente,

Em ritmo insano, além da razão.

Largam-se ofegantes,

Com nervos exauridos,

Mas de forma aconchegante...

O leito os embalam, por hora, adormecidos.

#GafanhotoNegro