Arroz de Carreteiro

Prato simples que sustenta,

O arroz de carreteiro

É rude manjar campeiro

Com sabor tradicional.

Esta iguaria bagual,

Dos tempos de antigamente,

Ganhou fama e, de repente,

É prato tradicional.

Arroz gaúcho, amarelo.

Charque gordinho, cebola

Daquela roxa, crioula

E o verde é salsa picada.

Panela preta areiada,

Água quente na cabona,

Colher de pau, mangerona,

Parece não faltar nada.

Charque picado a capricho

Tem que ser bem escaldado,

Escorrido e colocado

Na panela novamente.

Quando corar, simplesmente

Bote a cebola picada,

Quando esta ficar dourada

Ponha um pouco de água quente.

Baixe o fogo e bote a tampa

Enquanto o charque cozinha.

De vez em quando, uma agüinha

Pra que não fique queimado.

Aí, o arroz é lavado

E a mangerona tem vez.

Mais uma agüinha, talvez,

Garantindo o cozinhado.

Estando o charque macio,

Bote o arroz pra que se aquente.

Revive continuamente

Com calma e muita paciência.

Baixe o fogo, por prudência.

Bote água da cambona,

Prove o sal e a manjerona

Que são, do gosto, a essência.

Quando o arroz ficar cozido

E ainda estiver molhado,

Tire a panela de lado,

Ponha a salsa e deixe estar.

Chame a turma pra almoçar

E sirva até o bem do fundo

Pra contentar todo mundo

Com delicioso manjar.

iberemachado@yahoo.com.br

(71) 9912-1197

Iberê Machado
Enviado por Iberê Machado em 25/01/2006
Reeditado em 29/06/2006
Código do texto: T103568