Louca chuva

A chuva cai, lavando, levando meus males

As águas que escorrem límpidas, transparentes

Levam tudo pela frente, tudo mesmo até o nada

Mesmo meu eu, que se sente um indigente

Se sente o “tudo” quando vê as águas transparentes

A chuva cai como nunca caíram, os pingos desordenados

Surgindo como surgiu, precipitando as loucuras

Que lavam minha mente, água pela frente

A chuva borra minha paisagem, mancha minha vista

Ela faz o que ninguém faz, imita minha mente

Presentemente olha-a precipitar, cair, cair, subir

Chuva cai como nunca cai, cai minha mente

Cai tudo, chuva limpa, meu eu, borra tudo pela frente