ESPELHOS

O rosto que vejo no espelho

Não é mais o de um adolescente

Com o viço que há pouco tempo

Encantava a muita gente...

Maturidade, experiência, cansaço

Nesta face envelhescente...

Se essa palavra existisse

Definiria o que o dono do rosto sente.

Lembranças, alegrias e tristezas

Fazem de espelho um rosto

Que muitas vezes esconde

O reflexo do próprio desgosto...

O rosto que aparece

No espelho iluminado

Retrata o coração

No peito encarcerado!

Assim, de espelho em espelho

A vida segue e fica evidente

Que tudo é feito de momentos

Que podem passar de repente.

Por isso é bom, sem medo,

Manter o sorriso aberto

Em frente ao espelho, garantindo

O envelhecimento certo.