Poesia transbordada.

Estou cheio de poesia.

Preciso arranca - lá e dar-lhe forma,

Esculpir, martelar até que o brilho chegue,

Mas que seja um brilho calmo, tranqüilo, que não me aniquile.

Estou cheio de poesia

Quero dar essa poesia transbordada

Para você. Faça o que quiser, rasgue,

Queime, amasse, mande pela janela,

Ou guarde, eu quero dá-la para você

Minha poesia.

Aceite não se sinta assim estranha,

É só uma poesia. Composta por mãos duras,

Palavras mudas e por um pulso louco.

Leia a poesia, arranque dela essa mensagem,

Que não sei dizer com meus olhos.

Esta poesia fria é simbólica. Por entre

Seus versos tem um coração quente,

Um carinho doce e suave, nas entrelinhas,

Está meu desejo, mas não sei ser

Explicíto, preciso da poesia para gritar.

Eu não sei sorrir sem esta poesia louca.

Nessa estante e nesse livro

Cheio de páginas, eu queria

Gravar minha poesia, mas a umidade

Sem vergonha não me permite, e

Minha mão coça e meu coração dispara querendo

Gravar esta poesia.

Estou cheio de poesia, também estou,

Cheio de dor. Vou arrancar os versos

sem anestesia e transportá-lo à você,

espero que aceite minha doce poesia transbordada,

por estar a tanto tempo contida dentro de mim.

Freitas de Carvalho
Enviado por Freitas de Carvalho em 18/07/2006
Reeditado em 24/07/2006
Código do texto: T196403