Poesia transbordada.
Estou cheio de poesia.
Preciso arranca - lá e dar-lhe forma,
Esculpir, martelar até que o brilho chegue,
Mas que seja um brilho calmo, tranqüilo, que não me aniquile.
Estou cheio de poesia
Quero dar essa poesia transbordada
Para você. Faça o que quiser, rasgue,
Queime, amasse, mande pela janela,
Ou guarde, eu quero dá-la para você
Minha poesia.
Aceite não se sinta assim estranha,
É só uma poesia. Composta por mãos duras,
Palavras mudas e por um pulso louco.
Leia a poesia, arranque dela essa mensagem,
Que não sei dizer com meus olhos.
Esta poesia fria é simbólica. Por entre
Seus versos tem um coração quente,
Um carinho doce e suave, nas entrelinhas,
Está meu desejo, mas não sei ser
Explicíto, preciso da poesia para gritar.
Eu não sei sorrir sem esta poesia louca.
Nessa estante e nesse livro
Cheio de páginas, eu queria
Gravar minha poesia, mas a umidade
Sem vergonha não me permite, e
Minha mão coça e meu coração dispara querendo
Gravar esta poesia.
Estou cheio de poesia, também estou,
Cheio de dor. Vou arrancar os versos
sem anestesia e transportá-lo à você,
espero que aceite minha doce poesia transbordada,
por estar a tanto tempo contida dentro de mim.