Terra de gente

O fulgor do sol

Penetra minha tez

As marcas na mão

A pueril pacatez

O suor sagrado

Lava meu semblante

Sedado perante pois

A dor no cárcere

Faz-me por um instante

Refletir na minha existência

Dores não o bastante

Na terra santa cultivo-me

Para me germinar puro

Como as verdes maravilhas

Que nascem para nos nutrir

Nas trilhas para saciar-me

Dessa fome a punir-me

Na penúria do prato hiante

Fico grato por uns instantes

Por ter nascido aqui

Na terra quente

Trabalhador, vivente

Sou servo permanente

Dessa minha terra

Apesar de seca e quente

Nela quero findar

Terra de gente