Semeando ideais

Dedilho as cordas do tempo

Na guitarra das quimeras,

E ao repontar primaveras,

Com o poncho de emoções,

Trago no peito os brasões

De tropeirito um-criança

Que a esperança cabresteando

Cavalgando ilusões Vai.

Sou a ânsia de viver

Que brota a cada momento

Nas Gineteadas do vento,

Domando o pago infinito.

Sou o silêncio de um grito

Que peleia por justiça,

Pois a força não maneia

Nem torna o peão proscrito.

Sonho um sem Porteiras pampa,

Sem preconceitos nem castas,

Com direitos e deveres

Com o suor conquistados;

Sem rebanhos esfaimados

A andarilhos trotear,

Bordando de sangue os Trilhos

Que o poder traçado tem OS.

Basta uma nesga de terra

Ideais para se plantar;

O Pranto dos Funerais

Há de regar a semente

Que brotará na vertente

De meus sonhos imortais.

Jorge Moraes - Livro: Acalantos

Jorge Moraes
Enviado por Jorge Moraes em 15/01/2010
Reeditado em 15/01/2010
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