MEU LENÇO
MEU LENÇO
FLAVIO MPINTO
Hoje vou buscar
O meu lenço colorado
Encarnado
Como o dadivoso sangue farroupilha
O quero enrolado
Com um nobre nó no pescoço
Que não se desfaça
Com qualquer maledicência
Pois com a consciência
Daqueles que me antecederam
E não correram
Das suas responsabilidades
Fizeram pátria desta terra
Com suas personalidades.
Hoje, com meu lenço colorado,
Mostro que não me entrego
E com minha pilcha carrego
A semente farrapa
Da luta por um ideal
O da igualdade, fraternidade e humanidade
Neste torrão bendito.
Tarefa descomunal
Mas não para um índio
Disposto, justo, corajoso
E perfeito, por sinal.
Aos fraternos amigos do Mala de Garupa.
( Porto Alegre, Acampamento Farroupilha,12 Set 2006)