Negritude Dançarina

Um ser vagueia nas trevas da noite,

Banhado com a luz da Lua.

Sem pressa,sem medo, ele vagueia,

Atencioso e num silêncio crucial.

Anda um pouco, logo pula num muro,

olha para baixo e vê um cachorro,

Dormindo como o fez Cinderela.

Volta para a rua e continua seu caminho.

Esgueira-se por entre os bancos da praça,

Dançando e ronronado para si mesmo,

Enquanto um bêbado ronca ao seu lado.

Olha para ele, e só de olhar fica embriagado.

Ágil, vai pulando de árvore em árvore,

Como se estivesse em uma montanha russa.

Seus olhos amarelos expelem faísca,

Seu pêlo preto é incomum.

E ele vai ganhando vida na madrugada,

Enquanto outros seres vivem na noite,

E ainda outros dormem tranquilamente,

Em seus sonhos de cristal.

22-07-10

Anita Ferraz
Enviado por Anita Ferraz em 27/08/2010
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T2462236
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