VIOLAO

De todos os instrumentos

Aos quais tenho adoração

És tu amigo violão

Para todos os momentos

Dedilho-te contra o vento

Pois assim teu som se expande

Por toda querência grande

Junto de meus pensamentos

Violâo estância formosa

Seis cordas de arame fino

Quando escuto o tinido

De tuas cordas de aço

Sinto em meu peito um guascaço

És meu coração potrilho

Acompanhando o compasso

Troteando no mesmo trilho

Nesta invernada de cordas

Me abraço com carinho

Violão meu peito de pinho

Morada dos sentimentos

Cada corda uma artéria

Cada solado um lamento

És o coração do Rio Grande

Pulsando a cada momento

Te amanuncio com cuidado

Velho troféu de vitórias

Cada paixão uma história

Nesta vida de carancho

Te vejo hoje empoeirado

Recostado alí num canto

Acalanto pra minh'alma

Adorno para meu rancho

Me aqueço de tuas ancas

Sempre que te encosto ao peito

Violão corpo perfeito

Pura sensibilidade

Te acaricio a vontade

Provoco som harmonioso

Qual juras de enamorados

A cada toque jeitoso

O violão, gente, é gente!

Ele canta, rí e chora

é alma viva que fala

Histórias, causos, lamentos

Não me despego de ti

Ó mais sagrado instrumento

Pois transformo em melodias

Os mais nobres sentimentos

Quanta vezes beira estrada

Qual Urutau solitária

O Minuano ou Pampeiro

Em tuas cordas assobiavam

Quando disso me lembro

Sem saber qual o motivo

Bordoneio aos 4 cantos

Meu relicário nativo

"Inspiração e Cordas"

Tema que trago comigo

De parceria contigo

Choro os mesmos ideais

Me servirás de funerais

Túmulo cova e caixão

"E amarrem buquês de rosas

Nas cordas do meu violão"

Jonas P Falcão Poeta dos Sete Povos das Missões
Enviado por Jonas P Falcão Poeta dos Sete Povos das Missões em 24/11/2006
Código do texto: T300153
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.