Polissemia

Paixão: Essa palavra mística

De contraposição poética

A pá e o chão, num simbolismo eclético

De tração deveras magnética.

Mãe, porque sou negro como a noite,

Trabalho de sol a sol debaixo de açoite?

Não perturbe vosso coração meu filho,

Somos filhos do sol, reis de nossos caudilhos.

Se és como a noite, à noite é eterna

Açoita-nos quem nos inveja,

Somos resistentes ao sol,

Cantamos cada dia à alegoria do arrebol.

Não turbe vosso coração, meu filho amado

Sois dono do vosso tempo, aqui estás enraizado,

Porém a semente de tua grande nação

Estarás para todo sempre em seu coração.

Negro, escuro, sombra, noite, anoitecer,

Temos sempre um universo a tecer

Na polissemia de nossa magnitude,

O significado de nossa plenitude.

Lucas de Arcanjo
Enviado por Lucas de Arcanjo em 28/07/2011
Código do texto: T3124125