O que sempre quis

Desculpe pai celeste,
Mas preciso pedir-lhe um constado,
Eu sei que nem tenho esse direito,
Levando em conta o meu passado,
Mas me curvo diante de ti no maior respeito,
Para pedir que me ouça nesse momento,
Não sou de fazer muitos pedidos,
Mas peço que ouça nesse instante meu lamento.

Eu sei que o senhor já fez muito por mim,
E por esta feita começo dizendo-lhe que sou grato,
Nunca me deixaste desamparado,
Apesar de meus erros do passado,
Da vida que leve bem do jeito,
Solito, vivendo o que era preciso e respondendo no próprio peito,
Sem se queixar das amarguras que por horas me vinha,
Era feliz com tudo que me deste e tudo que tinha,
Por isso a forma que vivo hoje não aceito.

Se é um castigo que de pregas contra mim.
Peço agora que na sua bondade me de absolvição
Se participei de guerras, foi conta a minha vontade,
Mas por dever com o povo deste rincão,
Se no fundo o mundo me levou a cometer maldade,
Não foi com orgulho ou honra que o fiz,
Procurei agir por um ideal e uma verdade,
Não permitindo que a desonra me fosse companhia infeliz.
Mas nem só de lamento vive este gaúcho,
Porque ao bem da verdade meu senhor,
Tive muito mais que podia merecer,
Tiver família, mulher, tive amor,
Tive ideal e honra para crer.
Só lamento por esta hoje por ai,
O senhor levou a patroa do meu coração,
Levou minha razão de viver aqui,
Sendo que o doce sorriso de minha paixão,
Ficou nas poucas lembranças que vivi...

Eu sei que quem vai, não pode mais voltar,
E o senhor conhece o sentimento dos homens,
Mas peço que tenha de mim,
E leva para longe essa dor que me consome,
Por que somente assim,
Voltarei a sorrir e ser novamente feliz,
Com as lembranças boas, viva dentro de mim,
Pois no bem da verdade foi isso que sempre quis.
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 04/08/2012
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