Arte e poesia

Todos nós deliramos

Possuímos desejos diversos

Somos contradições

Temos imensos anseios

Antíteses do que sentimos

O arder das paixões

Amamos e comparamos

O nosso amor ao máximo

A beleza da natureza

Enfim, todos viveram

Experiências retiradas da vida

De alegrias ou sofridas

A questão está aí

Para a poesia e arte literária

Qual o grau de depuração

Que um poeta se esforça

Para dar força aos seus versos

E a inspiração de sua emoção

Como os mesmos podem adquirir

A definição de arte e literatura

Mas o que é a literatura?

Se há inspiração ou não

A literatura da conta disso

Ou é só o exercício do ofício

Os nossos dramas, medos,

Incertezas, a inveja, o amor,

A dor, o sofrimento e a solidão.

O encontro, os desencontros,

A bondade, a generosidade,

A beleza, o ódio, a felicidade

A arte está em concentrar

O elemento humano em um formato

Que pode ser a literatura,

A música, a fotografia, o cinema, o teatro.

O texto poético deve suscitar

A reflexão e a emoção da criatura

E a musa? Ela faz parte desta profusão

De ocorrências, esperanças e solidão

O poeta é um exímio catalisador

Dos dramas da vida

Pode falar de seus tropeços, de seus amores

E de suas dores. Este é o seu preço.

Pode inspirar-se no dorso,

Nos lábios, nos olhos, nos peitos

E, até nos trejeitos dela

Ao despertar no poeta o desejo

Este apela e se debruça

Sobre o papel em branco ou deita-se com ela

Somente ele poderá utilizar

Com propriedade os recursos da língua

E dar forma ao que lhe inspirar

Ao que apreende do mundo

Pode ser da vida real ou imaginária

Ou à observação arguta de um segundo.

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 25/10/2013
Reeditado em 10/01/2016
Código do texto: T4540931
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.