ALMA E CONTEÚDO
A poesia atravessa a corpulência da noite,
Como atleta que tem exaustão de músculo,
A poesia é ventania na vegetação,
É rio que corre o imaginário
Num papel profundo e silencioso,
Poesia é médium em transe,
É armadilha no bosque escuro,
A poesia desfigura a matéria:
Molda, forja, evapora...
Dá eletricidade de raio à verve,
Lacrimeja sob a face,
Ateia fogo às vestes:
Suas vestes são meus versos,
Sua alma é a vastidão.