Brilho Próprio

-- Por que garbosa, de mim,

Tu te rias,

Deusa prateada?

E te dás tanta importância?

É por que tens a face

Para a terra voltada,

A iluminar caminhos?

Bem, Deus em terno amplexo,

Te permitiu dádiva tamanha.

Não me apraz, renegar portanto,

Soberana Vontade de Jeová!

Mas, te aprumas!

E pelo menos,se teu orgulho

O permite, reconheces o mérito alheio.

Até porque, não é vergonha,

Nem feio,

Não possuires luz própria.

A luminosidade que irradias,

É de mim, que recebes o reflexo.

Nem tudo que reluz, é ouro,

E o que pensas ser teu tesouro,

É ouro de tolo!

Tudo que gira, palpita,

Vibra e Vive, para o Criador,

Tem imenso valor.

Criaturas tantas há!

E de ninguém , esquece Jeová!

A todas, dispensa ,

O mesmo afeto,

O mesmo amoroso abraço !

Há tanta harmonia

Em torno da Obra de Deus,

Sincronizada perfeição

Entre o Criador

E as criaturas que criou:

Tudo, funcionando,

Sem falhar

Um só dia!...

A terra -- abraçando o céu;

O céu -- abraçando a terra.

E no céu, e na terra, encantos mil!...

No céu, as estrelas,

Pontinhos luminosos,

Adornando o firmamento,

As nuvens,parecendo

Flocos de algodão,

Soltas no espaço!...

Na terra -- a imensidão verdejante,

O deslumbramento:

Os lagos, riachos, rios e montes,

Mares e oceanos,

Campinas e prados,

Bosques e cachoeiras murmurantes !

Tu mesma, que te pavaneias,

Embora de outrem, recebas brilho,

Tens uma razão de ser.

Quanto a mim, não me povoneio,

Nem declino minha serventia.

Deixo que outro o faça ,

E vou meu desiderato seguindo,

No mister de vir todos os dias,

A terra com meus raios solares aquecer ,

Sem os quais,vida não existiria !

É só, amiga lua.

De repente, ouve-se soluçar

De plangente choro,

A molhar a solitaria rua.

-- Perdão, Infante Loiro!

Não te quis humilhar!

Perdoa a tolice de uma boba,

Que como bem disseste:"

Não possue luz própria "!

Marizete Matos
Enviado por Marizete Matos em 24/12/2017
Reeditado em 03/01/2018
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