MISSIONEIRO MAL DOMADO

Fui criado a manotaços

sem nunca perder os passos

levando coice de cuiúdo

meto os arreios no maula

gineteio e dou aula

de espora e reio vou com tudo

sou missioneiro mal domado

não tomo mate lavado

nem como carne crua

em noite de lua cheia

se a chinoca se fresqueia

tira a roupa e fica nua

eu não respondo por mim

em campo a fora sem fim

numa bela carreirada

eu apago meu facho

e com o sol já lá em baixo

retornando de uma tropeada

peito doendo de saudade

pego a viola da liberdade

como um peão de fazenda

canto o abraço sem fim

para alguém de gosta de mim

ao adormecer nos braços da prenda!

escrito as 06:42 hrs., de 24/10/2021 por

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 24/10/2021
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