A Brisa e as Folhas
Quando a brisa encontra folhas no chão,
ele brinca de remoinho,
gira com ele as folhas travessas,
como crianças a brincar.
Talvez, as folhas liberem suas essências,
algumas são verdes como o mar
outras tenras como terras intocadas.
A beleza vem desta leveza
da brisa e folhas em devaneios,
voadeiras... girantes.
Até que...
Por causa humanas
Por falta de senso e juízo
A brisa encosta em lixo e pára,
não mais remoinha,
Vira vento em um tanto de raiva
Empurra o lixo com asco
Quer um chão limpo.
Então pode voltar à sinfonia
Adora revirar as folhas,
Há também um cadinho de flores,
Pedacinhos avermelhados,
um tantinho de alaranjado,
da única árvore ali perto...
De repente...
Plástico...
Sempre eles
a descolorir o chão...
A brisa encontra a luta perdida.
Ali, naquele asfalto,
A brisa quer ser mágica e poética.
Mas o homem sempre a impele
a ser ventania como tempestades.
Como se fosse um carrasco,
e não um bem necessário.
E eu não podia tirar o plástico
O ônibus ia partir.