A Brisa e as Folhas

Quando a brisa encontra folhas no chão,

ele brinca de remoinho,

gira com ele as folhas travessas,

como crianças a brincar.

Talvez, as folhas liberem suas essências,

algumas são verdes como o mar

outras tenras como terras intocadas.

A beleza vem desta leveza

da brisa e folhas em devaneios,

voadeiras... girantes.

Até que...

Por causa humanas

Por falta de senso e juízo

A brisa encosta em lixo e pára,

não mais remoinha,

Vira vento em um tanto de raiva

Empurra o lixo com asco

Quer um chão limpo.

Então pode voltar à sinfonia

Adora revirar as folhas,

Há também um cadinho de flores,

Pedacinhos avermelhados,

um tantinho de alaranjado,

da única árvore ali perto...

De repente...

Plástico...

Sempre eles

a descolorir o chão...

A brisa encontra a luta perdida.

Ali, naquele asfalto,

A brisa quer ser mágica e poética.

Mas o homem sempre a impele

a ser ventania como tempestades.

Como se fosse um carrasco,

e não um bem necessário.

E eu não podia tirar o plástico

O ônibus ia partir.

Máh Ah Martins
Enviado por Máh Ah Martins em 07/01/2021
Reeditado em 08/01/2021
Código do texto: T7154358
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