Lá do alto

Morro acima

Portas abertas explodem

Melodias e alegrias internas

Aos seus pés a cidade inerte e paralela

Sobe o morro, através da Mídia.

Ali as luzes são faiscantes e

Velam risos, cantigas e cantos

As noites se arrastam dias adentro

Pincelando saudades

Até que a última melodia se ouve, rua afora.

A vida na favela

É burburinho alegre,

em festas

E notas tristes,

em tragédias diárias

Nos corações, os noticiários chegam

E imprimem, um só desejo

Ser herói o dia inteiro

Vencer as agruras da vida, porta afora

Em busca de mãos salvadoras.

Mas favela é trabalho, ainda

Roupas lavadas ao vento

Passos rápidos que buscam o sustento

Enquanto as noites tecem desejos também

De dias melhores, meses adentro, anos afora.

E lá do alto

Se avista ao longe Ecos

Aprimorando e agigantando os sonhos

E lá embaixo as cenas se repetem, igualmente, nos labirintos

Ao som dos ventos...

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 08/11/2022
Reeditado em 09/11/2022
Código do texto: T7645536
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.