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LUXÚRIA

A boca da noite é uma chama
viva, rubra, que cintila.
Posso até ver como brilham
seus olhos já preparando
o bote que vem armando
em sensuais emboscadas,
fazendo acenos obscenos.

Não posso fugir ao chamado
dessa vulgar prostituta
que se despe, se oferece,
com os lábios entreabertos
em plena rua deserta,
prenhe de amor e luxúria.

Corro, então, ao seu encontro
como um bêbado, como um tonto
e me entrego confiante.
A Noite, esta noite é minha amante!
Que louco, que estranho suplício,
me sinto vagando, perdido,
no cáos degradante do vício.