CAMINHO PARA O APRIMORAMENTO

Paredes mudas e as horas passando incolores.

Silêncio... Porém muitos ruídos ao redor.

Ruídos que nada fazem para melhorar

o contínuo marchar das horas

marcadas pela indiferença

das paredes mudas, das janelas tediosas,

dos tetos sem estrelas e sem refrigérios.

Essa sim é que é vida contemplativa

feita de rotina gritante, sem finalidade

na trajetória.

E o ser frágil que vive entre as paredes

de um aposento frio e hostil

quase já curvou-se diante da imobilidade

em que está o seu pensar, o seu sentir.

Não, não existe vislumbre algum de modificação.

O panorama permanece carregado

de pensamentos embotados, de mãos inoperantes.

Pensamentos, mãos que tateiam no vazio surdo,

no escuro país do âmago profundo...

Tão perto, mas tão longe!...

Perto, porque sente-se o seu real pulsar.

Longe, porque a cada momento

torna-se incompreensível.

E o ser frágil está jogado

dentro desse labirinto...

Às vezes tão misterioso, às vezes tão solitário,

às vezes tão alegre, às vezes tão cheio de paz,

e às vezes tão insuportável de aguentar

os seus eflúvios machucantes

que caminham para o aprimoramento.

Aninha Caligiuri
Enviado por Aninha Caligiuri em 17/01/2006
Código do texto: T100236