DESEMPREGO DA POESIA
Não há mais espaço
Nem mercado de trabalho
Para as poesias
E sentimentos
O coração está fechado
A sensibilidade foi derrotada
Mandada embora
Em seu lugar foram contratados
A Indiferença
e seu primo Orgulho
Estes são muito econômicos
Exigem poucos investimentos
Em sorrisos e saudações
Não requerem abraços
Estes braços...
A produtividade material
Ampliou-se...
O mercado exigente
Impõe humanos
cada vez mais desvinculados
Das emoções
(desumanos)
e do sentimentalismo
A correria do dia a dia
Não pode parar
Para refletir ou sonhar
Que coisas inúteis
O que ganhamos com isso?
O que vale é o agora!
São os trabalhos a fazer
É preciso aproveitar o tempo
E isso a poesia nunca fez
Representa o ócio em pessoa
Devido a tudo isso
Lamento informar
Poesia, estás demitida
Favor passar rapidinho
No setor de recursos humanos
Para receber teu acerto
Afinal de contas
Já estava na hora
Adeus poesia!