DESEMPREGO DA POESIA

Não há mais espaço

Nem mercado de trabalho

Para as poesias

E sentimentos

O coração está fechado

A sensibilidade foi derrotada

Mandada embora

Em seu lugar foram contratados

A Indiferença

e seu primo Orgulho

Estes são muito econômicos

Exigem poucos investimentos

Em sorrisos e saudações

Não requerem abraços

Estes braços...

A produtividade material

Ampliou-se...

O mercado exigente

Impõe humanos

cada vez mais desvinculados

Das emoções

(desumanos)

e do sentimentalismo

A correria do dia a dia

Não pode parar

Para refletir ou sonhar

Que coisas inúteis

O que ganhamos com isso?

O que vale é o agora!

São os trabalhos a fazer

É preciso aproveitar o tempo

E isso a poesia nunca fez

Representa o ócio em pessoa

Devido a tudo isso

Lamento informar

Poesia, estás demitida

Favor passar rapidinho

No setor de recursos humanos

Para receber teu acerto

Afinal de contas

Já estava na hora

Adeus poesia!

Sergio Fajardo
Enviado por Sergio Fajardo em 24/05/2008
Reeditado em 24/05/2008
Código do texto: T1002780
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