O peso

Os ares da sorte soam fracos

Agora como um sopro sutil e frio

Que espaço cede à viril calamidade

E à uma carcaça de corpo vazio

Não sei se cerrei os olhos pra verdade

Ou se com tantos gritos calaram-me as faces

Não sei se acabou-se em mim a humanidade

Ou se humanizaram um tanto dessa maldade

Mas sei, em verdade, qu'este peso

Que jogaram-me às ventas fez sangrar

Mesmo quão ordinário o peso fosse

E que tenha feito de mim duvidar

E fracos os ares da sorte vão longe

Tão distante, sacodindo morna outras folhagens

E o peso que me jogaram...

Ah... atirarei pra longe!

Desta tragédia cômica 'inda farei outras montagens.