Dançando no escuro e na chuva

só,ouvindo melodias inventadas por loucos

são gritos, não, são versos

gemidos e correntes que se arrastam

e corpos que se cruzam sem se tocar

o dia marca as horas do meu sofrimento

eu risco as paredes do teto escuro

e gargalho com tanta força que adormeço

tremulo, me debato em pesadelos

sorrindo quando acordo ensopado de alucinações

ou serão verdades internas

como aquelas que voce tirou de mim

enquanto tentavamos nos enrolar

é mas só eu fico alegre

endireitando minha coluna para comer

os pedaços da ração de ossos e carne

juro não magoar ninguem

nem debaixo de chuva ou tortura

só quero correr mais rápido

e voar talvez

mais e as nuvens?

não serão mais brancas ou cinzas

serão negras

como peles de africanos

que não fogem da chuva

banham-se pulando sem saber por que

sem querer saber

só resistindo ao suplicio que é a vida

ao teatro que é o mundo e seus habitantes

caros habitantes pensadores

e faladores tambem

como se misturar sem manchar a roupa ?

como drogar o corpo até o ifinito de luzes?

como flutuar por aqui?

há tantos moveis e cores

não, acho que são flores

flores com cores

como os botões de minha camisa

que abandonei quadras atras

eu sumi por dias

mais foi pra respirar

sem pensar em nada

sem precisar de nada

lembro de voce dançando desajeitada

lembro de nós sentados no chão fumando

mas não quero voltar lá

parece outro lugar

parece outra história

como a que acabei de contar

rdeorristt
Enviado por rdeorristt em 18/01/2006
Código do texto: T100673