Passeio II

Enquanto passavas, fitavam-te as flores.

Estas, de odores e cores bem mais sorridentes

por vestirem, então, do manto argentado,

fulgente, que reluzia pelo firmamento.

Amaram-te, portanto, como aos pássaros.

E como os pássaros, as flores, cujas sementes

as levavam, semeando-as pelos jardins,

agrestes, do ouro belo de seu arco-íris.

Cantavam-te, os lugares, como bem-te-vis.

Vestiam-se, os lugares, como belos pavões.

E as harpas tocadas pelo sol, a clamar

o contentamento de sê-la tão nobre atavio.

Seguia-te, meu olhar, contemplativo.

Perguntava-me, o mesmo olhar, curioso:

se todas as coisas belas,

pois,

passaram a ser,

todas, as coisas,

belas pois,

passaras.

Fá Gonçalves
Enviado por Fá Gonçalves em 27/05/2008
Reeditado em 09/12/2012
Código do texto: T1006980
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.