CÂNTICO I
Aqui estou, em meu território,
enclausurada,
sentindo com minha sensibilidade
o progresso moer e remoer
as ânsias atuais e futuras de todos nós.
Com minha poesia esfomeada,
sedenta de pura realidade,
no isolamento
me desfiz das amarras,
que ainda aprisionam muitos seres.
Consegui e consigo adejar
minhas asas de falena cósmica livre,
alcançando o mais alto da liberdade de pensamento.
Projeto através de mim mesma,
transmito para que matemos as nossas sedes,
as nossas fomes,
deixando-me contagiar pelas amenidades
e processos indolores de meus cânticos,
que refletem o hoje, o agora!