RECOLHIMENTO
Um turbilhão.
Vozes ocultas, gritam.
Pratos na mesa.
- Sobrou comida?
Um café, um cigarro e uma
luz acesa.
-Sobrou guarida.
Eu me aninho em "nós".
Pensamentos gastos,
horas vadias, pão amanhecido.
Poesias em vidros, conservas.
Vale a hora do alimento,
do não contentamento de
si mesma, regurgito.
Vale um transporte para algum
lugar que suporte o que eu possa
carregar, são minhas crias...
Mãos vazias, enterram.
Mãos sozinhas, fenecem.
Um vaso quebrado...
Poucas flores sabem perfumar
o chão, pétalas ainda caem sobre
a minha cabeça.
Eu me recolho, em nós...