RECOLHIMENTO

Um turbilhão.

Vozes ocultas, gritam.

Pratos na mesa.

- Sobrou comida?

Um café, um cigarro e uma

luz acesa.

-Sobrou guarida.

Eu me aninho em "nós".

Pensamentos gastos,

horas vadias, pão amanhecido.

Poesias em vidros, conservas.

Vale a hora do alimento,

do não contentamento de

si mesma, regurgito.

Vale um transporte para algum

lugar que suporte o que eu possa

carregar, são minhas crias...

Mãos vazias, enterram.

Mãos sozinhas, fenecem.

Um vaso quebrado...

Poucas flores sabem perfumar

o chão, pétalas ainda caem sobre

a minha cabeça.

Eu me recolho, em nós...

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 01/06/2008
Código do texto: T1014825
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