Mulata

Esse lampejo que faz brilhar a noite,

Qual um raio rasgando a madrugada,

Clareando a bruma que vaga mar a dentro,

É o reflexo de teus olhos, minha amada.

Ou como a lua com sua luz prateada,

Inspirando os poetas em serenata,

Que imitam os harpejos de tua voz,

Invejada até pelo Uirapuru da mata.

E teu cheiro delicado de mulata,

Como uma flor no jardim, indiscreta,

No limiar de plena primavera,

Vem perfumar a ode do poeta.

Do amante serás sempre a predileta,

Do poeta o verso melhor acabado,

A espada nua do Infante,

A estrela guia do navegante,

Que navega em teu corpo aveludado.

limavitoria
Enviado por limavitoria em 01/06/2008
Código do texto: T1015207