As facetas da poetisa

Veste-se de anjo,

fala como menina,

pinta-se como mulher,

é a dona da loja,

depois a fêmea no cio,

a lôba, a esposa

a sem-terra que leva o cantil

despe-se de todos os andrajos

e veste-se da gala,

empina o rosto

e faz versos com gosto

de ultrajes,

faz às vezes o seu traje

De máscaras

de inocente

de pura, casta

e num repente:

indecente

moleca atrevida

nua

despida de seus males

chora em imensos ais

diante de todos,

meros mortais.

Sem preconceitos

loucuras ou insanidades

criancice ou meninice

é seu esse jeito

próprio e impróprio de ser

01/07/01 23:23 h

Rosy Beltrão
Enviado por Rosy Beltrão em 29/12/2004
Código do texto: T1017